A volume da importação brasileira de cervejas caiu mais de 20% em comparação com o ano de 2012, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior. O Brasil importou 43,4 mil toneladas da bebida em 2012 (medida utilizada pelo governo). Já em 2013, este número foi de 34,1 mil toneladas.
Segundo especialistas, a situação econômica do país tem grande influência nesta queda, já que uma retração de crédito levou a diminuição do consumo das bebidas alcoólicas em geral, com o maior impacto na cerveja, principal produto deste grupo. Esta queda é sentida principalmente no segmento de cervejas populares.
Outro fator que pode explicar a queda da importação é uma decisão estratégica de grandes grupos do mercado: eles passaram a produzir localmente cervejas que antes eram importadas, como Heineken e Budweiser.
Mas analisando os números um pouco mais a fundo, 2013 pode não ter sido um ano ruim para o mercado de cervejas artesanais.
Apesar da queda do volume total importado, o mercado de cervejas premium e super premium (cervejas que a garrafa de 600ml custa mais de R$7.00) ainda continua em alta no país.
Especialistas afirmam que o mercado de cervejas super premium cresceu algo em torno de 17% neste ano.
Os países mais conhecidos por suas cervejas mais elaboradas e especiais (Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Republica Checa) tiveram crescimentos respeitáveis em seus volumes de importação no ano de 2013.
A Bélgica, por exemplo teve um crescimento de mais de 27% no volume importado, e o volume de cerveja checa que chegou no Brasil em 2013 cresceu mais 50% em comparação a 2012.
O consumidor com maior poder aquisitivo tende a ser menos afetado por crises financeiras, mantendo seu nível de consumo.
E o mercado de cervejas especiais no Brasil cresce muito, portanto mesmo que a crise econômica leve um consumidor deste mercado a diminuir o seu volume de compra, um novo consumidor vai compensar este queda e até gerar um crescimento no mercado.
Outro número que é preciso analisar um pouco mais a fundo é o de importação dos Estados Unidos, que caiu mais de 35% neste período, porque ele pode esconder uma boa notícia.
Apesar da queda nas importações, os produtos americanos premium foram o destaque do mercado brasileiro em 2013, por sua criatividade e liberdade para utilizar os mais diferentes produtos como matéria prima.
Mas por maior que seja este crescimento de nicho, as mudanças de estratégia da Ambev e a queda de consumo de cervejas mais populares exercem uma pressão maior no número total.
Mas 2014 é um ano que traz uma promissora combinação para o mercado: carnaval tardio que estende o verão (época de maior consumo do ano) e Copa do Mundo.
Então 2014 promete!